domingo, 31 de julho de 2011

SARAU DOS FINALISTAS - 1969

Cartaz gentilmente cedido pelo professor José Luís da Costa Rodrigues de Oliveira

DUAS MANEIRAS DE RELATAR O SARAU



SARAU DOS FINALISTAS DA ESCOLA INDUSTRIAL
17 de Maio de 1969

Momentos honrosos e de prestigio uma vez mais arrecadados para a Escola Industrial de Penafiel. Estes soaram no Cine-Teatro S. Martinho na realização dos Finalistas, levado a cabo no dia 17 de Maio de 1969, pelas 21 e 30, assistindo várias individualidades desta cidade, assim como o corpo docente e alunos desta digna Escola.

Com um enchente pouco vulgar a festa iniciou-se com a engraçada comédia “O morto vivo” emoldurada pelos sumptuosos cenários, mas que devido a uma anomalia sonora esta não pode chegar a todo o público em condições normais, tendo-se este apercebido do facto e reagiu da melhor forma.

Surge o intervalo. É representada a peça teatral de carácter religioso “Rosas todo o ano” do nosso dramaturgo Júlio Dantas, tendo sido bastante aplaudida.

Seguem-se recitações Poéticas de Florbela Espanca e Antero de Quental a que o público duma maneira geral culto reagiu e bateu palmas. Decorrendo a festa até esse momento, num ambiente um bocadinho monótono, surge este mais vivo com uns solos de acordeão, muito bem interpretado por dois jovens aos quais toda a gente manifestou inteiro agrado. Mais alegre continua o espectáculo agora com o folclore, interpretando as danças regionais, que tiveram uma formidável actuação. Acabadas estas, seguiu-se a crítica à cidade em que relembram pormenores de grande interesse que os espectadores aplaudiram. Mais poesia é recitada, esta agora do saudoso Teixeira de Pascoais.

Passam ao palco em ritmo Catckchok, o famoso bailado Eslavo. Acabados estes bons momentos de musicalidade ouvimos o telejornal com as suas cómicas piadas.

A finalizar este espectáculo surge o momento mais cobiçado e agradável da Juventude, manifestando-se em grande aplauso com apresentação em palco do Conjunto “Os Mini Boys” que, com a sua música, ao ritmo actual souberam muitíssimo bem acompanhar as canções de alguns jovens que muito abrilhantaram a festa com as suas qualidades vocais criando um ambiente emocional à sensibilidade de cada jovem.

Concluídas as variedades. Os Nosso Ex.mo Director, juntamente com os finalistas deram por terminada a festa, agradecendo a estes e a quantos estavam presentes.

Como, é óbvio, destas festas escolares nunca podemos exigir muito mais.
Secção Cultural da Escola Industrial
Adão A. R. P. da Silva
In jornal “O Tempo” de 25 de Maio de 1969







SARAU DOS FINALISTAS
DA ESCOLA INDUSTRIAL DE PENAFIEL

Como já vem sendo habitual aos olhos dos penafidelenses, realizou-se mais uma vez com acentuado êxito um brilhante e novo espectáculo ao qual todos os penafidelenses deram o seu apoio e adesão.
Cerca das 21,30 horas do dia 17 do corrente mês, já o Cine-Teatro S. Martinho registava grande assistência ansiosa pelo começo do espectáculo. Para o iniciar teve a presença do Sr. Subdirector desta escola que fez reviver em todos o passado e presente desta tão nobre escola.
Apagaram-se as luzes da Ribalta e apareceu em cena um grupo de jovens finalistas representando a peça «Dois mortos Vivos», à qual deram todo o melhor amadorismo. Muitos aplausos para a boa actuação destes rapazes.
Estava finda a primeira das 3 partes.
Após um pequeno intervalo, e a vez das finalistas representarem o drama de Júlio Dantas «Rosas todo o ano» a que seguiu a recitação de poesias de Florbela Espanca e Antero de Quental por duas jovens finalistas.
Surge o momento mais alegre com um grupo folclórico de rapazes e raparigas, que exibiram três números, que muito agradaram ao público que enchia por completo a sala de espectáculos.
Em prosseguimento, surge a dança eslava por jovens finalistas.
Para finalizar esta II parte, e como já vem sendo habitual, aparece a crítica à cidade.
Após novo intervalo para começar a III parte e última dedicada exclusivamente às variedades. Começa com leitura do noticiário crítico, com boletim meteorológico. Nesta última parte é de salientar a actuação do conjunto “Os Mini Boys” que mais uma vez souberam fazer vibrar, quantos os jovens que faziam parte da assistência. Moços e moças interpretaram canções alegres e vibrantes e o fim da festa aproxima-se.
Subiram ao palco todas as finalistas, que após um comovente discurso do Ex.mo Sr. Director da E.I.P., foram saudadas pelo público e pelo mesmo. Abraços, ramos de flores e lágrimas no rosto finalizaram este espectáculo.
Secção Cultural da Escola Industrial de Penafiel
José Carlos Mendes Pinto
In jornal "O Penafidelense"de 27 de Maio de 1969

CURSO GERAL DE COMÉRCIO - 1969

A partir do próximo mês de Outubro, a escola começa a leccionar o Curso Geral de Comércio, e adopta a seguinte designação:

ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE PENAFIEL


In jornal "O Tempo" de 30 de Março de 1969


INTERESSES LOCAIS -1969



25 de Fevereiro de 1969



15 de Abril de 1969


sexta-feira, 29 de julho de 2011

PROPINAS E SELOS

NO CICLO PREPARATÓRIO

I)  Propinas de matrículas e exames:
De matrícula, em cada ano …………………………….…..…  140$00
De matrícula nos cursos supletivos, quando professados por conjunto – por cada conjunto ……………………………….........…...… 100$00

De exame de fim de ciclo:
a)      Alunos internos ……………………………..……………..  50$00
b)      Alunos externos ………………………………..………….100$00

De exame de fim de ciclo – por conjunto:
a)      Alunos matriculados e de ensino oficializado ……..………    50$00
b)      Alunos dispensados de matrícula .......................... ………  100$00
De exame de transição para o 2.º ano do ciclo preparatório …..  50$00


II)      Selos:
Nos boletins de inscrição ou exame de aluno interno ………..…..  6$00
Nos boletins de inscrição ou exame de aluno externo ……..…...  20$00
Em cada certidão de exames, com menção apenas da classificação final, por cada lauda …………………………………....................…10$00
Em cada certidão de exames, sendo feita a discriminação das classificações das diferentes provas, por cada lauda ...................  20$00
Em qualquer outra certidão, por cada lauda …………..….…..... 10$00

NOTAS
a)      As propinas de matrículas são pagas em quatro prestações iguais, sendo a primeira no acto da matrícula e as restantes nos primeiros dez dias de cada período escolar.
b)      As propinas dos alunos que repetem a frequência de qualquer ano têm o aumento de 50 por cento, salvo se a perda do ano foi motivada por doença oportunamente comprovada ou por deslocação da família que impediu o aluno da frequência regular dos estudos.
c)      Todas as propinas têm a redução de 50 por cento por cada irmão, de idade até 24 anos, que se encontre matriculado em qualquer estabelecimento de ensino público ou particular.
d)     As isenções de propinas abrangem igualmente as propinas de frequência e de exame.

Ministério da Educação Nacional, de 23 de Agosto de 1968.
O Ministro da Educação Nacional,
Inocêncio Galvão Teles

In “Diário do Governo” I Série – número 199
 Pag. 1224 de 23 de Agosto de 1968

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PAIO RAMIRES -O PATRONO


I Série – Número 213

I.º SUPLEMENTO


MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
E DA EDUCAÇÃO NACIONAL
PORTARIA n.º 23 600

Destina-se o presente diploma a dar execução ao estabelecido no Decreto-Lei n.º 47 480, de 2 de Janeiro de 1967, e no Decreto-Lei n.º 48 541, de 23 de Agosto de 1968, no tocante à criação de escolas preparatórias do ensino secundário, à fixação dos seus quadros de pessoal docente, administrativo e menor, e à definição de certos regimes especiais aplicáveis, a título provisório, na primeira fase do respectivo funcionamento, de harmonia com o disposto no artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 48541.
Na escolha dos patronos das escolas tiveram-se em consideração em princípio, as sugestões feitas pelas autoridades locais, que se consultaram para o efeito.


A Escola Preparatória de Penafiel (com secção feminina), escolheu como patrono Paio Ramires.

In “Diário do Governo” de 9 de Setembro de 1968


No escrito anterior colocado neste blogue intitulado, “O Ensino em Penafiel – 1968”, de autoria do Dr. Ferreira de Sousa, diz textualmente o seguinte: figurará como patrono deste estabelecimento do Ciclo Preparatório do Ensino Secundário nesta cidade a nobre e honrada figura histórica penafidelense Egas Moniz.
Francamente, não sei quais os motivos que levaram a escolher como patrono da Escola Preparatória de Penafiel Paio Ramires em vez de Egas Moniz.
Vejamos quem era Paio Ramires, e quem era Egas Moniz, e quais as ligações que um e outro tinham à nossa terra.


Quem era Paio Ramires
Paio Ramires (1090 -?) foi um Rico-homem e cavaleiro medieval português.
Foi Mestre do Templo e cavaleiro nobre do Condado Portucalense, deu apoio a D. Afonso Henriques na rebelião deste contra a sua mãe, D. Teresa, Infanta de Leão, em 1128. Recebeu deste rei em 1132 o Couto de Cambeses, actual freguesia de Cambeses em Barcelos.


Quem foi Egas Moniz

Egas Moniz

Egas Moniz, dito «o Aio» (1080 - 1146) foi um rico-homem portucalense, da linhagem dos Riba Douro uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII, a quem Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou a educação do filho, Afonso Henriques, tarefa essa que lhe deu o cognome pelo qual é conhecido.
Por esta altura Portucale era nominalmente dependente de Leão e Castela, então regidos pela rainha D. Urraca. Por morte desta em 1127, sucede-lhe no trono Afonso VII, o qual adopta o título de imperador de toda a Hispânia, procurando a vassalagem dos demais reinos, incluindo entre eles também o Condado Portucalense, que há muito demonstrava tendências autonomistas. Em 1128, Afonso Henriques, então com vinte anos, foi feito chefe dos barões que temiam a influência galega sobre Portucale e, forçado a batalhar contra as forças de sua mãe, Teresa de Leão, vence-as nos campos de São Mamede e assume a liderança política do condado, desejando lutar pela independência do Condado e alargar as fronteiras.

Estátua de Egas Moniz, no Jardim do Calvário em Penafiel

Pouco depois, Afonso VII vai por cerco a Guimarães, então sede política do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão.
Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses.

Painel de azulejos na Estação de S. Bento Porto, retratando a deslocação de Egas Moniz a Toledo

Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale. Esta parte da vida de Egas Moniz é recontada por Camões no Canto III dos Lusíadas (estrofes 35-40)..

Túmulo de Egas Moniz

EGAS MONIZ que foi aio de D. Afonso Henriques, está sepultado num túmulo decorado com altos e baixos-relevos, narrativos dos momentos mais importantes do percurso da sua vida até ao limiar da morte e salvação da alma, no interior do Mosteiro de Paço de Sousa (monumento que integra a Rota do Românico do Vale do Sousa).


Mosteiro de Paço de Sousa


sexta-feira, 22 de julho de 2011

A INSTRUÇÃO EM PENAFIEL - 1968


In jornal "O Penafidelense" de 13 de Agosto de 1968

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

A ACÇÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

Inocêncio Galvão Teles
Ministro da Educação Nacional
entre 1962 e 1968

Estamos num ponto de absoluto interesse da acção educativa exercida pelo Ministério da Educação Nacional. O Senhor Dr. Galvão Teles tem focado diversos aspectos da sua acção no campo educativo procurando tirar dela as ilações importantes que se referem.
Ainda há pouco tempo o referido Ministro falou aos membros do Conselho Permanente dessa Acção Educativa sobre o estatuto já aprovado dessa educação.
Sem dúvida nenhuma que é importante focar as diligências do referido Ministério para bem orientar aqueles que vão suportar o peso das responsabilidades referidas. A Acção Educativa do mesmo Ministério não diz respeito apenas a este ou aquele sector educativo mas, verdadeiramente, a todos os estudantes que frequentam as nossas escolas. É, por assim dizer, uma parte importante da acção desenvolvida pelos pais dos alunos. Os estudantes não vão às escolas apenas, (como a maior parte dos alunos julgam) para tratar o melhor possível um tempo que são obrigados a prestar. A Educação Nacional procura ir de encontro a esta necessidade. Mas tem em vista ao mesmo tempo formar homens completos, quer sobre o ponto de vista educativo, quer moral. Os alunos ficam assim com uma preparação fora e acima das circunstâncias actuais. Por isso o Senhor Dr. Galvão Teles falou brilhantemente do que diz o estatuto da Educação sobre este ponto de vista, pondo em relevo a acção importante do que se espera dos membros do Conselho Permanente. Eles serão uma arma para os homens de amanhã, filtrando, por assim dizer, a acção que o referido Conselho poderá exercer para bem da mocidade escolar.
Por isso dissemos que o Ministério da Educação Nacional está a desenvolver uma acção notável em prol da juventude. A actividade que o Senhor Dr. Galvão Teles está a exercer é a prova de que está a trilhar caminhos novos e, como disse, muito proveitosos para as diferentes camadas escolares.
Manuel Araújo
In jornal “O Penafidelense” de 26 de Março de 1968

CICLO PREPARATÓRIO UNIFICADO


In jornal "O Penafidelense" de 27 de Fevereiro de 1968

terça-feira, 19 de julho de 2011

1.ª EXPOSIÇÃO DE ARTESANATO - 1967

1.ª EXPOSIÇÃO DE ARTESANATO REGIONAL EM PENAFIEL
Assembleia Penafidelense - onde se realizou a 1.ª Exposiçao de Artesanato
A Comissão Municipal de Cultura levou a efeito, integrada no encerramento do Curso de Extensão Agrícola Familiar (que se realizou na cidade de Penafiel, promovido pela Estação Agrária do Porto), a 1.ª Exposição de Artesanato Regional, que esteve patente ao público, de 6 a 8 de Outubro de 1967, nos salões da Assembleia Penafidelense, gentilmente cedidos para esse fim.

A realização desta exposição, que se ficou, pois, devendo à iniciativa da Comissão Municipal de Cultura e ao entusiasmo do Sr. Eng.º Mendes Ferreira, da Estação Agrária do Porto. Foi superiormente planificada e montada, no seu aspecto artístico, pelos senhores Escultor Júlio Margarido Carneiro Giraldes e José Luís Costa Rodrigues Oliveira, respectivamente Subdirector e Professor da Escola Industrial de Penafiel.
Com este certame, o primeiro do género na nossa terra, ficou bem evidenciada a variedade e a riqueza do artesanato penafidelense.
Candeia
A Escola Industrial de Penafiel, esteve presente nesta 1.ª Exposição de Artesanato com os seguintes artigos:
- Bordados
- Candeias
- Ferro Forjado
- Rendas
- Talha
- Trabalhos de Madeira

Na Acta da Comissão Municipal de Cultura de 26 de Outubro de 1967, podemos ler o seguinte:
Finalmente, foi deliberado agradecer à Ex.ma Direcção da Assembleia Penafidelense, aos Ex.mos Senhores Escultor Júlio Margarido Carneiro Giraldes e José Luís Costa Rodrigues Oliveira, respectivamente Subdirector e Professor da Escola Industrial de Penafiel, bem como a todos os artesãos que expuseram na 1.ª Exposição de Artesanato do Concelho, levada a efeito em 6 de Outubro de 1967, a colaboração prestada, que muito contribuiu para que tal acontecimento tivesse o êxito notável que se verificou.

Na Acta da Comissão Municipal de Cultura de 30 de Novembro de 1967, podemos ler o seguinte:
Foi recebida uma carta do Ex.mo Senhor Escultor Júlio Margarido Carneiro Giraldes, ilustre Subdirector da Escola Industrial de Penafiel, datada de 13 do corrente, e dirigida ao Senhor Presidente da Comissão, que se transcreve:
«Tendo recebido um amável ofício dessa Comissão, com data de 9/11/67, assinado por V. Ex.ª e no qual, imerecidamente, me agradecem a colaboração prestada à 1.ª Exposição de Artesanato Concelhio, venho salientar quanto me sensibiliza tal delicadeza e mais uma vez afirmar que apenas tentei cumprir com um dever: tive a honra de ser solicitado, por essa Comissão – de que faço parte – para colaborar na exposição acima referida e, por esse motivo, desempenhei-me, na medida do possível, para que tudo se apresentasse em razoável nível, apesar de todas as dificuldades e inibições que determinados sectores nos criaram.
Grato pelo ofício recebido, felicito V. Ex.ª pelos vários e profícuos empreendimentos – que tal como este da Exposição Artesanal – tem levado a cabo; assim como o felicito ainda, pela abnegada dedicação sempre dispensada a esta Comissão que competentemente dirige».
Igualmente foi recebida do Ex.mo Senhor José Luís de Oliveira, distinto Professor da referida Escola Industrial, uma carta dirigida ao Ex.mo Presidente da Comissão com data de 29 do corrente, em que agradecia o cuidado manifestado no ofício que lhe foi endereçado por esta Comissão, ao mesmo tempo que oferecia os seus préstimos para tudo quanto fosse trabalhar na valorização desta Comissão e de Penafiel.

In “Boletim da Comissão Municipal de Cultura de Penafiel”
2.ª Série - Nºs 4’5 – 1966-67

Escola Industrial


In jornal "O Penafidelense" de 10 de Outubro de 1967

A IMPLANTAÇÃO DA ESCOLA NOVA

ESCOLA INDUSTRIAL

Eng.º António Vieira rodeado de alunos
Sabemos de fonte autorizada que estão em curso as diligências necessárias para se construir num futuro próximo o novo edifício da Escola Industrial de Penafiel. A sua implantação será no mesmo local onde está actualmente a funcionar, na quinta do Santuário, próximo do parque deste nome, à beira da estrada nacional de Penafiel – Abragão.
A maior parte do terreno a utilizar na construção e instalação do imóvel é pertença da Santa Casa da Misericórdia desta cidade que se prontifica a cedê-lo para esse fim mediante autorização superior, sendo o restante terreno propriedade de bons penafidelenses que provavelmente não porão obstáculos à iniciativa.
O funcionamento da Escola Industrial de Penafiel, que bom seria que tivesse o ramo comercial, traz as maiores vantagens para a nossa terra que muito beneficia com os seiscentos alunos que a frequentam e respectivas famílias que constantemente os visitam movimentando a cidade e animando grandemente os estabelecimentos aqui instalados que mercê disso fazem bom negócio.
Oxalá que o importante melhoramento seja um facto com a brevidade que todos desejamos e que não se verifique qualquer contratempo ou obstáculo para a sua construção, como infelizmente acontece com o Palácio da Justiça há muito esperado e fortemente contrariado por quem afinal tinha obrigação de facilitar.
Penafiel precisa de imitar outras terras, algumas, de menor categoria, seguindo o exemplo dos seus filhos que sem dificuldades nem exigências tudo oferecem e dão para o engrandecimento e prosperidade delas.
Aqui deixamos o nosso apelo quanto à Escola Industrial de Penafiel até porque uma das grandes virtudes é sem dúvida amarmos e auxiliarmos a terra que nos serviu de berço e, quem sabe, mais tarde nos servirá de descanso eterno.
In jornal “O Tempo” de 17 de Setembro de 1967

INTERESSE LOCAL - 1967


Um Penafidelense

In jornal "O Penafidelense" de 23 de Julho de 1967

A INSTRUÇÃO EM PENAFIEL - 1967

A INSTRUÇÃO EM PENAFIEL - 1967
A este assunto digno de interesse referi-me a 2 de Agosto de 1966. Hoje vou novamente mencionar alguns dados estatísticos referentes a Penafiel.
No ensino primário, a ampliação do período de escolaridade até à 6.ª foi determinada por Decreto-Lei em Julho de 1964, procurando aviventar o progresso educacional, em Portugal, ao nível dos tempos exigentes da actualidade. No concelho de Penafiel, sentiram-se já efeitos benéficos, que com agrado não podemos deixar de registar. Efectivamente, foi a primeira vez que, no decorrente ano lectivo de 1966 – 67, funcionou a 5.ª classe nesta cidade com um lugar misto e outro masculino contando assídua frequência dos alunos matriculados.
No sector do ensino secundário, a Escola Industrial de Penafiel deu mais um passo. Pela segunda vez, realizou-se a Festa dos Finalistas com espectáculo promovido no Cine -Teatro S. Martinho a 23 de Maio passado, Verbena dançante em recinto coberto do Mercado Municipal a 10 de Junho e imprimiu-se Livro dos Finalistas. De notar que, pela primeira vez, o Curso de Formação Feminina apresentou, no seu 6.º Ano, finalistas.
Foram, pois, 80 os que terminaram, repartidos assim: 47 do Curso de Formação Electromecânico e 33 de Formação Feminina. Começou este Estabelecimento de ensino em 1961 com 142 alunos e neste ano lectivo de 1966 -67, com um aumento de 102 em relação ao anterior, comportou já a frequência total de 784, pertencendo 496 ao sexo masculino e 288 ao feminino. Às Provas escritas do Ciclo Preparatório apresentaram-se 177, sendo 107 rapazes e 70 meninas. Para Exame de Admissão que, nesta altura, está a decorrer, inscreveram-se cerca de 297. Este número superior ao do ano passado seguramente aumento de frequência para o próximo ano lectivo.
Para satisfazer a todas as tarefas escolares trabalharam na Escola Industrial 50 Professores, Mestres, Contramestres, Auxiliares Provisórios, 4 Funcionários de Secretaria e 8 de Pessoal Menor.
Desta maneira, a cidade de Penafiel tornou-se verdadeiramente um centro irradiador de instrução que beneficiou não só o concelho, como ainda a região limítrofe e mais latamente o país.
Dr. Manuel Pinto Ferreira de Sousa

In jornal “O Penafidelense” de 18 de Julho de 1967

ADEUS ESCOLA


In jornal "Notícias de Penafiel"

domingo, 17 de julho de 2011

SARAU DOS FINALISTAS - 1967

SARAU DOS FINALISTAS
1962 -1967
DA ESCOLA INDUSTRIAL
EM 23 DE MAIO DE 1967

Neste Sarau de Finalistas levado a efeito no Cine-Teatro S. Martinho, no dia 23 de Maio, fez a sua apresentação o primeiro conjunto académico baptizado de Baby Cooks, tendo a seguinte formação (da direita para a esquerda na foto):
Carlos Couto à bateria, Adão Luís à Viola Solo, Vitorino Freire à viola baixo e José Emílio o viola ritmo do grupo.

José Emílio, Vitorino Freire, Adão Luís e Carlos Couto.

A MOCIDADE PORTUGUESA

ESCOLA INDUSTRIAL DE PENAFIEL
ENCERRAMENTO DAS ACTIVIDADES DA M.P.
1967

Na Escola Industrial de Penafiel, realizou-se uma cerimónia muito significativa: o encerramento das actividades da Mocidade Portuguesa Masculina.
Assistiu às cerimónias o sr. Director do Centro, tendo no decorrer da cerimónia dirigido uma palestra aos filiados.
Na mesma cerimónia foram entregues as insígnias aos novos Chefes de Quina.
Além do sr. Director do Centro, dr. Aurélio Tavares, estiveram presentes, os srs. Subdelegado regional-Adjunto prof. Joaquim José Mendes e Subdirector do Centro, dr.  Pedro Rothes.
Em seguida procedeu-se ao desfile dos filiados perante as personalidades presentes e efectuou-se a Chama da M. P. que decorreu no melhor ambiente de elevação patriótica e sã camaradagem.
In “O Tempo” de 11 de Junho de 1967

Fazia parte da matrícula no Ciclo Preparatório, além da despesa de 50$00 como primeira prestação das propinas e de   2$00 para o seguro escolar, também o pagamento de 10$00 para a Mocidade Portuguesa.

Todos os sábados, os filiados da M.P. da Escola Industrial de Penafiel, recebiam instrução orientada pelo Sargento Lima, que compreendia a saudação à romana, marchas militares, exercícios físicos, palestra patriótica e cantar o hino da Mocidade.

Na manhã de muitos sábados, essa instrução não era efectuada nas instalações da Escola, mas sim no jardim das traseiras do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Aí, fazíamos ordem unida, e corridas que compreendiam dar uma volta ao santuário e regressar ao ponto de partida, passando o testemunho ao colega seguinte. No final, o grupo vencedor, era aquele cujos seus elementos faziam o percurso em menos tempo.

 Fernando José de Oliveira 


Dia 29 de Novembro de 1964, chegou a Penafiel a Virgem Peregrina. Abriu o cortejo a Mocidade Portuguesa, a Legião Portuguesa e as crianças da catequese.
  
O QUE ERA A MOCIDADE PORTUGUESA

Aos jovens era vê-los, com muita alegria, a desfilar comandados pelo Comandante da Falange, pelo Comandante de Grupo, pelo Comandante de Castelo e pelo Chefe de Quina.
 

A MOCIDADE PORTUGUESA
A Mocidade Portuguesa tinha uma ligação de directa dependência do Ministério da Educação Nacional. Instituída pelo Decreto-Lei n° 26 611, de 19 de Maio de 1936, em 4 de Dezembro do mesmo ano, pelo Decreto n. 27 301 foi aprovado o Regulamento da Organização Nacional Mocidade Portuguesa (MP).

O artigo 1. Definia-a como “abrangendo toda a juventude, escolar ou não, e que tinha por fim estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter, a devoção à Pátria, o sentimento da ordem, no gosto da disciplina e no culto do dever militar. Entretanto, o parágrafo 2. do mesmo artigo prescrevia que a MP cultivaria nos seus filiados ‘a educação cristã tradicional do País e, em caso algum, admitiria nas suas fileiras um indivíduo sem religião.”

À Mocidade Portuguesa pertenciam obrigatoriamente os estudantes ou não, desde os sete aos catorze anos, assim como os que frequentavam o 1. Ciclo do Ensino Secundário.
Consideravam-se quatro escalões, assim denominados:

1.º Lusitos (7-10 anos)
2.º Infantes (10-14 anos)
3.º Vanguardistas (dos 14-17 anos)
4.º cadetes (com mais de 17 anos).

Através do Decreto-Lei n.º 28262, de 8 de Dezembro de 1937, foi criada a Mocidade Portuguesa Feminina  (MPF).
De acordo com o texto deste diploma, esta organização «cultivará nas filiadas a previdência, o trabalho colectivo, o gosto da vida doméstica, a formação do carácter, o desenvolvimento da capacidade física, a cultura do espírito e a devoção ao serviço social, no amor de Deus, da Pátria e da Família.”

 As filiadas da M.P.F. são agrupadas, com base na idade, em quatro escalões, pela forma seguinte:
1.º Lusitas  (7-10 anos)
2.º Infantas  (10-14 anos)
3.º Vanguardistas  (dos 14-17 anos)
4.º Lusas (com mais de 17 anos).

O UNIFORME DA M.P.

O uniforme era composto por camisa de cor verde, com distintivo sobre o lado esquerdo, calção caqui ou calça comprida de cor bege, rematada por botins pretos, e dólman castanho-claro. O fardamento era complementado por um cinto regulamentar com a fivela em forma de «s», alegadamente a significar «servir», mas que também podia ser interpretado como referência a Salazar.




O UNIFORME DA M.P.F.

O uniforme da Mocidade Portuguesa era composto por uma camisa verde (com distintivo sobre o lado esquerdo), calção ou calça comprida bege, um cinto com a fivela em forma de S e, para completar uns botins pretos.




AS GRADUAÇÕES NA M.P.

A graduação era assim pela forma crescente; Lusitano; Chefe de Quina, Comandante de Castelo, Comandante de Grupo e Comandante de Falange.

A BANDEIRA
A bandeira da Mocidade Portuguesa foi idealizada pela bandeira de D.João I, usada por D.Nuno Alvares Pereira no Grupo Militar que chamou “Ala dos Namorados”, na Batalha de Aljubarrota.

Bandeira da Mocidade Portuguesa
Bandeira da Mocidade Portuguesa Feminina.


A SAUDAÇÃO DA M.P.

Art. 16º Do Regulamento da M.P.- A MP adopta a saudação romana como sinal de subordinação hierárquica e patriótica solidariedade.




HINO DA MOCIDADE PORTUGUESA
1.
Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim
Pela voz de som tremendo
Das tubas, clamor sem fim.

2.
Lá vamos, que o sonho é lindo!
Torres e torres erguendo.
Rasgões, clareiras, abrindo!
3.
Alva da Luz imortal,
Roxas névoas despedaça
Doira o céu de Portugal!

4.
Querer! Querer! E lá vamos!
Tronco em flor, estende os ramos
À Mocidade que passa.

5.
Cale-se a voz que, turbada,
De si mesma se espanta,
Cesse dos ventos a insânia,
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida.
E, por nós, oh! Lusitânia,
-- Corpo de Amor, terra santa --
Pátria! Serás celebrada,
E por nós serás erguida,
Erguida ao alto da Vida!

(Repete: 1 a 4)

6.
Querer é a nossa divisa.
Querer, palavra que vem
Das mais profundas raízes.
Deslumbra a sombra indecisa
Transcende as nuvens de além...
Querer, palavra da Graça
Grito das almas felizes

7.
Querer! Querer! E lá vamos
Tronco em flor estende os ramos
À Mocidade que passa.

Autor do Hino da M.P. - Mário Beirão, poeta, natural de Beja.

O FIM DA MOCIDADE PORTUGUESA


Após o 25 de Abril de 1974, o decreto-lei nº 171/74, de 25 de Abril, extingue esta organização, bem como a Direcção-geral de Segurança e a Legião Portuguesa:

«Tendo a Junta de Salvação Nacional assumido os poderes legislativos que competem ao Governo, decreta, para valer como lei, o seguinte:

ARTIGO 
1. E extinta a Direcção-Geral de Segurança, criada pelo Decreto-Lei n.º 49 401, de 24 de Novembro de 1969.

2. No ultramar, depois de saneada, reorganizar-se-á em Polícia de Informação Militar, nas províncias em que as operações Militares o exigirem.

ARTIGO 2º
É extinta a Legião Portuguesa, criada pelo Decreto-Lei n.º 27 058, de 30 de Setembro de 1936.

ARTIGO 3º
São extintas a Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina, criadas pela Lei n. 1941, de 11 de Abril de 1936, actualizada pelo Decreto-Lei n. 486/71, de 8 de Novembro.