CALVÁRIO
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Poeta e mestre José Luís |
Agora que temos um Papa Francisco, mais virado para o
povo, talvez o Calvário do poema do nosso amigo mestre José Luís, publicado no
jornal Notícias de Penafiel em 1978, seja ouvido por quem pode fazer algo para
acabar com a fome neste rectângulo de chão, a que chamamos Portugal.
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CALVÁRIO
Sozinho estás Senhor,
Crucificado
Na solidão do Alto do Calvário
E no silêncio da igreja deserta.
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Crucificaram-te Senhor!
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O sangue correu na Tua Cruz
E fluiu-se pelo mundo inteiro,
E nesse mundo, a multidão se agita
Se conturba
Se desorienta
Se desvaira.
Rostos ensanguentados
Na linha das fronteiras,
A guerra, o ódio, o crime,
Os corpos destroçados
Na lama das trincheiras.
O mundo é ruído,
O caos, as armas,
A imprensa, a crítica,
A sede, a fome,
A grande política.
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Crucificaram-te Senhor!
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José Luís
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Aqui podemos rever dois nossos professores:
O José Luís pelo poema, e o Negrão pelo linóleo do desenho do
Cristo.
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