sexta-feira, 14 de outubro de 2011

FESTA DO CINQUENTENÁRIO

DA ESCOLA INDUSTRIAL DE PENAFIEL

Sábado, 8 de Outubro de 2011, muitos antigos alunos da Escola Industrial e Comercial de Penafiel, rumaram de vários pontos do país ao Largo Padre Américo na cidade de Penafiel, para participarem nas Comemorações do Cinquentenário da Escola Industrial de Penafiel.
Consoante iam chegando, eram trocados abraços e memórias de tempos passados iam sendo narradas, como um desfilar de histórias. Muitos já não se viam há 45 anos, ou seja, desde que deixaram a escola e partiram à vida e porque não dizer à guerra, já que esta geração participou na guerra colonial. 

Mas às 10,30h, subiram a escadaria da Igreja da Misericórdia e foram assistir à missa pelos professores, funcionários e alunos que já partiram para os braços do Senhor.

A celebração foi presidida pelo Padre Marílio, que depois de nos contagiar com a sua simpatia e boa disposição, nos deixou como que em forma de lema “ Não acrescentem anos à vida, mas vida aos anos.
O Grupo Coral Polifónico de Penafiel sobre a batuta do maestro Tobias, abrilhantaram a missa com os seus belos cânticos.   

De seguida, os antigos alunos dirigiram-se para a Escola Secundária de Penafiel com o fim de assistirem a uma sessão solene onde usaram da palavra o Sr. Director Dr. Victor Leite (também ele, ex- aluno da Escola Industrial e Comercial de Penafiel), Mestre José Luís (professor de Trabalhos Manuais) e Carlos Couto em nome dos alunos/as da escola técnica.

A condução desta cerimónia esteve a cargo de Ana Maria Sousa.

O primeiro a usar da palavra foi o Dr. Victor Leite, que de improviso elogiou esta geração que deixou a sua marca na sociedade tanto a nível laboral, empreendedora, como em participação cívica na sociedade. 

De seguida falou o Professor José Luís, que rotulou os 10anos vividos em Penafiel, como um tempo feliz e proveitoso da sua vida. Ele que viu nascer e crescer esta Escola, e da alteração positiva que a mesma trouxe para a vida em Penafiel, e em todo o concelho, assim como nos concelhos vizinhos de Paredes, Amarante, Felgueiras, Lousada, Marco de Canavezes, Amarante e Paços de Ferreira.

Por fim usou da palavra Carlos Couto, que começou a sua intervenção lendo uma mensagem enviada pelo Dr. Rothes e esposa Dr.ª Amélia endereçando um abraço a todos. Durante a sua intervenção, lançou um repto ao Dr. Victor Leite (Director da Escola Secundária de Penafiel), para arranjar um pequeno espaço na escola como seja um armário vidrado onde fosse possível guardar como memória do passado um pequeno espólio oferecido pelos antigos alunos da Escola Industrial de Penafiel, para os actuais alunos e vindouros verem e terem uma noção do que se ensinava e aprendia na escola do antigamente.




Dando seguimento ao programa, foi aberta uma pequena exposição onde se podiam ver: peças executadas pelos antigos alunos da Escola Industrial de Penafiel, nas oficinas de serralharia; desenhos; panos bordados por alunas da Escola Industrial de Penafiel; livros escolares de várias disciplinas; testes e pontos feitos pelos alunos; fotos da época; cartazes dos bailes de finalistas e até um castigo dado a Bem da Nação.



Neste átrio onde decorreu a exposição, foi descerrada uma placa pelo engenheiro Presa, que ficará para a posteridade na Escola Secundária de Penafiel, a assinalar este Cinquentenário.

Seguidamente, tivemos uma visita guiada à Escola Secundária de Penafiel, que culminou com um Porto de honra acompanhado de bolinhos de amor, oferecido pelo Dr. Victor Leite.
Na escadaria de pedra situada na frente ao Santuário da Nossa Senhora da Piedade, foi tirado o retrato de família para mais tarde recordarmos.

Já com o adiantar da hora, encaminhamo-nos para o Restaurante Penafidelis, onde foi servido um belo banquete.

Antesde ser servida a sobremesa, foi distribuída uma pequena brochura, com uma breve cronologia da Escola Industrial de Penafiel, assim como uma medalha comemorativa desta efeméride.
Depois de todos estarem bem-dispostos, deu-se início à animação cultural.

Na abertura desta animação, foi lido um poema por Rosalina Pereira, intitulado “Foi Ontem”, escrito pelo Prata de Melo, assim como foi cantada uma versão do fado “Amores de Estudantes” do mesmo autor.


Foi  ontem
e já lá vão cinquenta anos
mas não deixa de ser ontem
que muitos de nós passamos
pela velhinha Escola Industrial
porque ontem é já ali no tempo
e o tempo não tem limite de tempo
o tempo é intemporal
De resto que mudou desde então?
Ela, a escola continua no mesmíssimo local
De cara lavada?!
Sim, de facto mudaram-lhe o visual.
Mais bonita?
Quiçá mais atraente
Mas também nós mudamos o visual
no que toca à cor do cabelo, especialmente
e haja quem diga que nos fica mal
o nosso charme é, do contrário, prova mais que evidente!
De resto, que mais mudou?
As árvores do Sameiro são as mesmas
Que nos brindavam ontem generosamente
Com o seu perfume matinal,
as mesmas que nos emprestavam a sombra
sob a qual improvisávamos as cábulas
para que o próximo ponto corresse menos mal.
E o zimbório do Santuário do Sameiro
na sua fiel missão de sentinela da cidade
não continua garbosamente ereto no mesmo pedestal?
Até o Cavalum, para onde sorrateiros
Dava-mos as nossas escapadelas
nas calcinantes tardes de verão
continua serpenteando, ora lânguido ora  veloz
por entre os mesmos choupos e amieiros
inexoravelmente a caminho da sua foz.

Foi ontem que tudo começou
hoje é já o nosso cinquentenário
quantos engenheiros, doutores e arquitectos
passaram pela escola industrial
muitos deles são nossos filhos
muitos dos que agora a frequentam
são já nossos netos
a quem caberá, e é já amanhã
festejar o primeiro centenário
o ontem e o hoje afinal
passam num instante
por isso qualquer de nós
quer ficar sempre estudante      

Prata de Melo    08/10/2011




Amores de Estudante

Quero, ficar sempre estudante,
P’ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado
Baixinho dentro de mim.

Fomos um dia estudantes,
Outros foram professores,
Da velha escola industrial.
Cinquenta anos depois
Recordamos com ternura
Aquele tempo especial

Uns eram adolescentes,
Outros jovens professores,
Mas todos em comunhão
Vivemos tempos felizes
Que guardamos até hoje
No fundo do coração.

Quero, ficar sempre estudante,
P’ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado
Baixinho dentro de mim.

Rapazes e raparigas
Não podiam namorar,
Era o regime de então.
Mesmo assim às escondidas
Davam beijos que podiam custar
Três dias de suspensão.



Mas nem isso obstou
E entretanto chegou
A revolução dos cravos
E hoje vemos aqui
Ex-alunos e ex-alunas
Felizmente bem casados.

Quero, ficar sempre estudante,
P’ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado
Baixinho dentro de mim.

Alguns de nós já partiram,
Professores e alunos,
Em busca da eternidade.
Hoje estão aqui connosco
Porque os recordamos sempre
Com carinho e com saudade.

Aos professores presentes
Bem como aos que estão ausentes
O nosso muito obrigado.
Sem os seus ensinamentos
Não havia estes momentos
De poesia e de fado.

Quero, ficar sempre estudante,
P’ra eternizar
A ilusão de um instante.
E sendo assim,
O meu sonho de Amor
Será sempre rezado
Baixinho dentro de mim.

Prata de Melo    08/10/2011



Dando continuação, Carlos Couto, Ana Maria Sousa, Ana Castro, António Coelho, José Alves, Henrique Sousa e Lurdes de Sousa, (en)cantaram mostrando os seus dotes vocais, sendo acompanhados pelos exímios tocadores José Emílio, Henrique Sousa e Carlos Couto. Esta parte musical, terminou com Henrique Sousa cantando uma versão feita por si da canção SHE de Elvis Costello, dedicado a todos com um grande abraço.
ABRAÇO (50º aniversário da E.I.P.- 8 Outubro 2011)

XI, A TODOS QUANTOS AQUI ESTÃO
DADO COM TANTA, EMOÇÃO
DESPERTARÁ TUDO DE BOM, QUE HÁ EM TI
XI, É A EXPRESSÃO DAQULE ABRAÇO
É COMO ROSAS, DUM REGAÇO
É COMO VENCER O CANSAÇO
É A EMOÇÃO DE ESTAR, AQUI

XI, DE TODOS PARA, TODOS NÓS
VAMOS ERGER, A NOSSA VOZ
VAMOS BRINDAR, BEM ALTO NESTA, CELEBRAÇÃO
XI, DE CADA UM, É O SENTIMENTO
VIVIDO AQUI, NESTE MOMENTO
É COMO BANDEIRAS AO VENTO
É O ESCUTAR ESTA, CANÇÃO

XI, A QUE NINGUÉM É INDIFERENTE
C´O´AFAGO DE TODA ESTA GENTE
E DO CALOR QUE HOJE, FAZ AQUI
XI, DADO COM TANTA, TANTA EMOÇÃO
QUE ISALTA EM TI, TUDO O QUE HÁ DE BOM
JAMAIS SE ESQUECE ESSE, XI

XI, DADO AGORA À DESPEDIDA
PARA LEMBRAR, POR TODA A VIDA
A QUEM DEDICO ESTA CANÇÃO, A TODOS VÓS
XI, P´RA RECORDAR DORAVANTE
A ALEGRIA DESTE INSTANTE
CADA MOMENTO QUE VIVI
E A MEMÓRIA DESTE, XI, XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII, XI.



O som, o canto e por fim a dança, apareceram numa perfeita harmonia.




Uma pausa para se cantar os parabéns e abrir o Bolo do Cinquentenário, tarefa que esteve a cargo do Mestre José Luís e da nossa professora de Canto Coral Alice Cruz.


A noite preparava-se para cair, e os de mais longe zarparam mais cedo para os seus lares.

Os de perto, prolongaram a festa até às tantas.

Resumindo e concluindo,
                                  FOI BONITA A FESTA, PÁ!.... 

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