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Vista da cidade de Penafiel coberta de neve |
Sameiro pintado de branco |
OS NEVÕES
Os dias passaram e a rigorosa e implacável vaga de frio que começou a sentir-se na véspera de Natal, continuou a flagelar os corpos e originou uma série de prejuízos e estragos, sem conta, através do País.
Em virtude destas excepcionais baixas temperaturas, a neve e a geada cobriram grandes extensões do território o que dificultou as comunicações, paralisou os trabalhos agrícolas e os gados iam morrendo à míngua de pasto.
Devido aos nevões, que caíram, a Estrada Nacional entre Porto e Vila Real ficou perigosíssima, porque então o trânsito se fazia com certas dificuldades. As carreiras dos transportes públicos chegavam atrasadas, com alguns minutos e até horas.
A cidade de Penafiel também foi atingida. Quem vinha ao longe já via esta cidade coberta de neve.
Do dia 2, sábado, para o dia 3, domingo passado, caiu o maior nevão desta época. Penafiel acordou, coberta de neve muito branca, e esteve sujeita a diferentes dificuldades todo o dia 3.
Nesse domingo, não se realizou o encontro de futebol entre o clube local e o União de Coimbra, que veio a Penafiel ver como ficou a cidade, e marcar presença.
Com este tempo os carros andavam nas ruas e houve uns pequenos acidentes, embates de veículos, mas não se registaram desastres pessoais…
Quanto ao resto tudo se quedou de uma forma igual.
Fernando A. S. Ferraz
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Nossa Senhora de Fátima esculpida em neve, na Praça Municipal |
CIDADE BRANCA
Penafiel vestiu de noiva nos dias 27, 29, e finalmente no dia 3.
Desde os sítios mais desertos aos mais movimentados, desde os telhados das casas às estradas principais, havia neve. Penafiel esteve branca. As ruas ficaram intransitáveis a ponto de ser forçada a Brigada de Trânsito a estacar a marcha a todos os veículos. Os passeios convidavam a lembrar o escorregão. Mais. Eles convidavam a ficar em casa. Mas ao mesmo tempo Penafiel esteve linda em dias brancos. Fez lembrar o Céu. E os da arraia miúda brincavam com a neve fazendo bonecos, bolas, guerreando uns com os outros.
Quem diria que Penafiel teria neve?
Talvez poucos ou ninguém. Mas o que é certo é que ela caiu com tanta abundância que jamais a esqueceremos.
Rui Humberto de Oliveira da Silva
In jornal "O Tempo" de 17 de Janeiro de 1971
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