domingo, 17 de julho de 2011

A MOCIDADE PORTUGUESA

ESCOLA INDUSTRIAL DE PENAFIEL
ENCERRAMENTO DAS ACTIVIDADES DA M.P.
1967

Na Escola Industrial de Penafiel, realizou-se uma cerimónia muito significativa: o encerramento das actividades da Mocidade Portuguesa Masculina.
Assistiu às cerimónias o sr. Director do Centro, tendo no decorrer da cerimónia dirigido uma palestra aos filiados.
Na mesma cerimónia foram entregues as insígnias aos novos Chefes de Quina.
Além do sr. Director do Centro, dr. Aurélio Tavares, estiveram presentes, os srs. Subdelegado regional-Adjunto prof. Joaquim José Mendes e Subdirector do Centro, dr.  Pedro Rothes.
Em seguida procedeu-se ao desfile dos filiados perante as personalidades presentes e efectuou-se a Chama da M. P. que decorreu no melhor ambiente de elevação patriótica e sã camaradagem.
In “O Tempo” de 11 de Junho de 1967

Fazia parte da matrícula no Ciclo Preparatório, além da despesa de 50$00 como primeira prestação das propinas e de   2$00 para o seguro escolar, também o pagamento de 10$00 para a Mocidade Portuguesa.

Todos os sábados, os filiados da M.P. da Escola Industrial de Penafiel, recebiam instrução orientada pelo Sargento Lima, que compreendia a saudação à romana, marchas militares, exercícios físicos, palestra patriótica e cantar o hino da Mocidade.

Na manhã de muitos sábados, essa instrução não era efectuada nas instalações da Escola, mas sim no jardim das traseiras do Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Aí, fazíamos ordem unida, e corridas que compreendiam dar uma volta ao santuário e regressar ao ponto de partida, passando o testemunho ao colega seguinte. No final, o grupo vencedor, era aquele cujos seus elementos faziam o percurso em menos tempo.

 Fernando José de Oliveira 


Dia 29 de Novembro de 1964, chegou a Penafiel a Virgem Peregrina. Abriu o cortejo a Mocidade Portuguesa, a Legião Portuguesa e as crianças da catequese.
  
O QUE ERA A MOCIDADE PORTUGUESA

Aos jovens era vê-los, com muita alegria, a desfilar comandados pelo Comandante da Falange, pelo Comandante de Grupo, pelo Comandante de Castelo e pelo Chefe de Quina.
 

A MOCIDADE PORTUGUESA
A Mocidade Portuguesa tinha uma ligação de directa dependência do Ministério da Educação Nacional. Instituída pelo Decreto-Lei n° 26 611, de 19 de Maio de 1936, em 4 de Dezembro do mesmo ano, pelo Decreto n. 27 301 foi aprovado o Regulamento da Organização Nacional Mocidade Portuguesa (MP).

O artigo 1. Definia-a como “abrangendo toda a juventude, escolar ou não, e que tinha por fim estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter, a devoção à Pátria, o sentimento da ordem, no gosto da disciplina e no culto do dever militar. Entretanto, o parágrafo 2. do mesmo artigo prescrevia que a MP cultivaria nos seus filiados ‘a educação cristã tradicional do País e, em caso algum, admitiria nas suas fileiras um indivíduo sem religião.”

À Mocidade Portuguesa pertenciam obrigatoriamente os estudantes ou não, desde os sete aos catorze anos, assim como os que frequentavam o 1. Ciclo do Ensino Secundário.
Consideravam-se quatro escalões, assim denominados:

1.º Lusitos (7-10 anos)
2.º Infantes (10-14 anos)
3.º Vanguardistas (dos 14-17 anos)
4.º cadetes (com mais de 17 anos).

Através do Decreto-Lei n.º 28262, de 8 de Dezembro de 1937, foi criada a Mocidade Portuguesa Feminina  (MPF).
De acordo com o texto deste diploma, esta organização «cultivará nas filiadas a previdência, o trabalho colectivo, o gosto da vida doméstica, a formação do carácter, o desenvolvimento da capacidade física, a cultura do espírito e a devoção ao serviço social, no amor de Deus, da Pátria e da Família.”

 As filiadas da M.P.F. são agrupadas, com base na idade, em quatro escalões, pela forma seguinte:
1.º Lusitas  (7-10 anos)
2.º Infantas  (10-14 anos)
3.º Vanguardistas  (dos 14-17 anos)
4.º Lusas (com mais de 17 anos).

O UNIFORME DA M.P.

O uniforme era composto por camisa de cor verde, com distintivo sobre o lado esquerdo, calção caqui ou calça comprida de cor bege, rematada por botins pretos, e dólman castanho-claro. O fardamento era complementado por um cinto regulamentar com a fivela em forma de «s», alegadamente a significar «servir», mas que também podia ser interpretado como referência a Salazar.




O UNIFORME DA M.P.F.

O uniforme da Mocidade Portuguesa era composto por uma camisa verde (com distintivo sobre o lado esquerdo), calção ou calça comprida bege, um cinto com a fivela em forma de S e, para completar uns botins pretos.




AS GRADUAÇÕES NA M.P.

A graduação era assim pela forma crescente; Lusitano; Chefe de Quina, Comandante de Castelo, Comandante de Grupo e Comandante de Falange.

A BANDEIRA
A bandeira da Mocidade Portuguesa foi idealizada pela bandeira de D.João I, usada por D.Nuno Alvares Pereira no Grupo Militar que chamou “Ala dos Namorados”, na Batalha de Aljubarrota.

Bandeira da Mocidade Portuguesa
Bandeira da Mocidade Portuguesa Feminina.


A SAUDAÇÃO DA M.P.

Art. 16º Do Regulamento da M.P.- A MP adopta a saudação romana como sinal de subordinação hierárquica e patriótica solidariedade.




HINO DA MOCIDADE PORTUGUESA
1.
Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim
Pela voz de som tremendo
Das tubas, clamor sem fim.

2.
Lá vamos, que o sonho é lindo!
Torres e torres erguendo.
Rasgões, clareiras, abrindo!
3.
Alva da Luz imortal,
Roxas névoas despedaça
Doira o céu de Portugal!

4.
Querer! Querer! E lá vamos!
Tronco em flor, estende os ramos
À Mocidade que passa.

5.
Cale-se a voz que, turbada,
De si mesma se espanta,
Cesse dos ventos a insânia,
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida.
E, por nós, oh! Lusitânia,
-- Corpo de Amor, terra santa --
Pátria! Serás celebrada,
E por nós serás erguida,
Erguida ao alto da Vida!

(Repete: 1 a 4)

6.
Querer é a nossa divisa.
Querer, palavra que vem
Das mais profundas raízes.
Deslumbra a sombra indecisa
Transcende as nuvens de além...
Querer, palavra da Graça
Grito das almas felizes

7.
Querer! Querer! E lá vamos
Tronco em flor estende os ramos
À Mocidade que passa.

Autor do Hino da M.P. - Mário Beirão, poeta, natural de Beja.

O FIM DA MOCIDADE PORTUGUESA


Após o 25 de Abril de 1974, o decreto-lei nº 171/74, de 25 de Abril, extingue esta organização, bem como a Direcção-geral de Segurança e a Legião Portuguesa:

«Tendo a Junta de Salvação Nacional assumido os poderes legislativos que competem ao Governo, decreta, para valer como lei, o seguinte:

ARTIGO 
1. E extinta a Direcção-Geral de Segurança, criada pelo Decreto-Lei n.º 49 401, de 24 de Novembro de 1969.

2. No ultramar, depois de saneada, reorganizar-se-á em Polícia de Informação Militar, nas províncias em que as operações Militares o exigirem.

ARTIGO 2º
É extinta a Legião Portuguesa, criada pelo Decreto-Lei n.º 27 058, de 30 de Setembro de 1936.

ARTIGO 3º
São extintas a Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina, criadas pela Lei n. 1941, de 11 de Abril de 1936, actualizada pelo Decreto-Lei n. 486/71, de 8 de Novembro.
 




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